Incursão em Kursk. Rússia acusa Kiev de terrorismo nuclear

por Cristina Santos - RTP
Ministério russo da Defesa via EPA

Um drone ucraniano tentou atacar a central nuclear russa de Kursk durante a madrugada desta sexta-feira, de acordo com a agência de notícias estatal russa. O drone foi abatido perto da central nuclear de Kursk, que é uma das principais estruturas do género na Rússia.

O Ministério russo das Relações Exteriores exige que o ataque ucraniano tenha uma resposta urgente do órgão de vigilância nuclear da ONU e acusa a Ucrânia de terrorismo nuclear, em declarações citadas pelas agências russas de notícias. O diretor da agência internacional de energia atómica vai visitar na próxima semana a central que está a funcionar, até porque o drone terá sido abatido antes do ataque.

Perante a incursão dos últimos dias na região russa de Kursk, o presidente ucraniano afirma que a Ucrânia quer resolver a guerra nos próprios termos. De acordo com Volodymir Zelensky, num evento em Kiev dedicado aos militares ucranianos, faz tudo parte do esforço para se acabar com a guerra.

Na última noite, a Ucrânia atacou com drones uma zona de aviação militar do Kremlin, perto da cidade de Volgogrado, e anunciou a captura de outra aldeia na região russa de Kursk, enquanto as forças russas avançam na região de Donetsk. Em outras zonas do leste da Ucrânia, os militares russos atacaram posições ucranianas.
A Marinha da Ucrânia confirmou na sexta-feira que destruiu um navio no porto russo de Kavkazon na quinta-feira, alegadamente usado para entregar combustível e armas à Crimeia.
A visita histórica

O primeiro-ministro indiano chegou a Kiev para conversações com Zelensky, sendo a primeira viagem de um líder indiano à Ucrânia desde que a Ucrânia declarou a independência da União Soviética, em 1991.


A visita de Narendra Modi ocorre num momento volátil da guerra na Ucrânia e depois da viagem de Modi a Moscovo em julho. Esta visita é importante para Kiev, que tem procurado fortalecer relações diplomáticas com vários países para garantir um acordo justo e acabar com a guerra."Aguardo com expectativa a oportunidade de partilhar perspetivas sobre a resolução pacífica do conflito", disse Narendra Modi antes da viagem. “Como amigo e parceiro, (a Índia) espera um rápido regresso à paz e à estabilidade na região”.

Foto: Reuters

A visita do primeiro-ministro indiano a Moscovo, em julho, coincidiu com o ataque de mísseis russos que atingiu um hospital pediátrico ucraniano. Então Narendra Modi, emocionado criticou implicitamente Putin.

No entanto, a viagem suscitou críticas de Zelensky para quem foi uma "enorme deceção e um golpe devastador para os esforços de paz” ver o líder indiano (“líder da maior democracia do mundo”) "abraçar o criminoso mais sangrento do mundo".
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